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sábado, 22 de outubro de 2011





Internet na sala de aula




Profª Paty Fonte - diretora do site PPD - concedeu entrevista para o site Mingau Digital

1. A escola que não está na internet está fadada a ficar para trás?

Acredito que estão fadadas a ficar para trás e fracassar as escolas que não atendem aos interesses e necessidades de seus alunos e da comunidade onde estão inseridas. Aquelas que não estão receptivas a mudanças, que não ouvem seus alunos, que repetem as mesmas técnicas, sem reflexão, sem crítica, sem análise.

Não podemos parar no tempo enquanto a ciência e a tecnologia avançam acreditando que a educação será eficaz na base da mera transmissão de conhecimentos pelo professor, de cópias da lousa e exercícios em livros e cadernos. Vivemos na era tecnológica e nossos alunos, nativos digitais, anseiam pelo aprendizado que explore todas as habilidades e potencialidades que eles conhecem através da web e dos programas de computador.

É urgente acompanharmos essa evolução, transformando as escolas num espaço condizente com a era em que vivemos. Porém, sabemos que a realidade brasileira ainda está distante das tecnologias e que há resistência por parte dos professores.


2- Há escolas (e empresas, e pessoas) que se empolgam com a tecnologia em si, presenteando alunos com acesso banda larga e até tablets. Mas tecnologia, sozinha, não faz milagres, não é mesmo?

Sem dúvida. Os educadores hoje precisam enfatizar a curiosidade, a criatividade, a inovação, a pesquisa e a imaginação. Incentivar a autonomia individual e a solidariedade, prevenir insucessos e lutar contra as desigualdades, favorecer o ensino experimental e o espírito científico, abrir novos horizontes, aliando a compreensão das origens e raízes à identidade da inovação científica e tecnológica. Porém, não se pode restringir as aulas aos tablets e à internet. É imprescindível variar as propostas de atividades, explorando recursos diversos como: artes plásticas, música, movimento, contação de histórias, dinâmicas, entre outros. Independente do recurso ser ou não tecnológico, essa variedade é essencial, pois cada pessoa aprende de uma forma, temos habilidades diferentes e todas merecem ser desenvolvidas.


Uma escola de excelência precisa ser consciente que a sua principal missão que é educar para cidadania. Não podemos mecanizar o ensino, devemos resgatar afetos, valorizar sentimentos, explorar valores de convivência éticos e morais.

3. Se uma escola deseja criar um projeto pedagógico prevendo a internet, que conselhos-chave você daria?

É importante elaborar um projeto didático e/ou pedagógico de uso dos recursos deste ambiente virtual, mas a finalidade técnica não pode ser pensada sem a intencionalidade pedagógica. A proposta é ensinar crianças e jovens a navegarem de forma segura, positiva e eficaz, transformando a tecnologia em grande aliada do processo ensinoaprendizagem. Usar a internet apenas para passar o tempo não adianta nada.


Ensinar utilizando a internet exige uma forte dose de atenção do professor. Diante de tantas possibilidades de busca, a própria navegação se torna mais sedutora do que o necessário trabalho de interpretação. Os alunos tendem a dispersar-se diante de tantas conexões possíveis, de endereços dentro de outros endereços, de imagens e textos que se sucedem ininterruptamente. Tendem a acumular muitos textos, lugares, idéias, que ficam gravados, impressos, anotados. Colocam os dados em seqüência mais do que em confronto. Copiam os endereços, os artigos uns ao lado dos outros, sem a devida triagem. Portanto, cabe ao professor planejar bem o que vai ser trabalhado, orientando os alunos a analisar, comparar, separar o que é essencial do acidental, hierarquizando idéias, assinalando coincidências e divergências.


4. Professores e alunos, às vezes, podem "misturar os canais" nas redes sociais, confundindo o papel de professor com o papel de "colega". Que riscos isso pode trazer?

Cabe ao professor deixar claro aos seus alunos os objetivos dos trabalhos nos ambientes virtuais. Se quiser, extra sala de aula, manter contato com os alunos nas redes, o professor pode criar perfis profissionais para tal. Assim, sua privacidade será mantida. Todavia, também é possível permitir que os alunos saibam um pouco de sua vida pessoal desde que haja um clima de respeito baseado em prévias combinações de regras. O maior risco é que se perca a intencionalidade pedagógica se o trabalho não for bem planejado e combinado.

5. Quais as principais regras de segurança a se adotar numa escola que se propõe a usar intensamente a internet e as redes sociais?

O primeiro passo é o planejamento pedagógico que deve ser realizado pela equipe docente, coordenação e direção da escola. Tal planejamento deixará claro quais são os objetivos do uso da internet e das redes sociais para cada classe: Até onde podemos ir? O que cada atividade trará de útil para os alunos? Quais atividades serão realizadas? Com isso definido deve-se através de uma reunião transmitir aos pais e responsáveis como será desenvolvido o trabalho deixando-os tranqüilos, demonstrando que há uma intenção não somente de inovação, mas de usar a tecnologia como aliada no processo ensino -aprendizagem.

Não podemos deslumbrar-nos com a pesquisa na internet e deixar de lado outras tecnologias. A chave do sucesso está em integrar a internet com as outras tecnologias - vídeo, televisão, jornal, computador sem acesso a web. Integrar o mais avançado com as técnicas já conhecidas, dentro de uma visão pedagógica nova, criativa, aberta.

Criam-se todos os dias mais de cento e quarenta mil novas páginas de informações e serviços na rede. Há informações demais e conhecimento de menos no uso da internet na educação. E há uma certa confusão entre informação e conhecimento. Temos muitos dados, muitas informações disponíveis. Na informação os dados estão organizados dentro de uma lógica, de um código, de uma estrutura determinada. Conhecer é integrar a informação no nosso referencial, no nosso paradigma, apropriando-a, tornando-a significativa para nós. O conhecimento não se passa, o conhecimento se cria, se constrói.

A internet é uma ferramenta fantástica para abrir caminhos novos, para abrir a escola para o mundo, para trazer inúmeras formas de contato com o mundo. Mas essas possibilidades só acontecem se, na prática, as pessoas estão atentas, preparadas, motivadas para querer saber, aprofundar, avançar na pesquisa, na compreensão do mundo. Quem está acomodado em uma atitude superficial diante das coisas, pesquisará de forma superficial.

utoria: Paty Fonte (Patricia Lopes da Fonte)
http://www.projetospedagogicosdinamicos.com/ & www.cursosppd.com.br







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