49 – Eu aceito o seu contrato mas preciso lhe avisar que eu vou trabalhar seis meses o senhor vai esperar é obra desconhecida que agora vou inventar.51 Enquanto Evangelista Impaciente esperava O engenheiro Edmundo Toda noite trabalhava Oculto em sua oficina E ninguém adivinhava. 53 Movido a motor elétrico Depósito de gasolina Com locomoção macia Que não fazia buzina A obra mais importante Que fez em sua oficina. 55 Quando Edmundo findou Disse a Evangelista: – Sua obra está perfeita ficou com bonita vista o senhor tem que saber que Edmundo é artista. 57 Foram experimentar Se tinha jeito o pavão Abriram a lavanca e chave Encarcaram num botão O monstro girou suspenso Maneiro como balão. 59 Então disse o engenheiro: – Já provei minha invenção fizemos a experiência tome conta do pavão agora o senhor me paga sem promover discussão. 61 Edmundo ainda deu-lhe Mais uma serra azougada Que serrava caibro e ripa E não fazia zuada Tinha os dentes igual navalha De lâmina bem afiada. 63 À meia-noite o pavão Do muro se levantou Com as lâmpadas apagadas Como uma flecha voou Bem no sobrado do conde Na cumeeira pousou. 65 Chegou no quarto de Creuza Onde a donzela dormia Debaixo do cortinado Feito de seda amarela E ele para acordá-la Pôs a mão na testa dela. 67 Então Creuza deu um grito: – Papai um desconhecido entrou aqui no meu quarto sujeito muito atrevido venha depressa papai pode ser algum bandido. 69 De um lenço enigmático Que quando Creuza gritava Chamando o pai dela Então o moço passava Ele no nariz da moça Com isso ela desmaiava. 71 Ajeitou os caibros e ripas E consertou o telhado E montando em seu pavão Voou bastante vexado Foi esconder o aparelho Aonde foi fabricado. | 50 – Quer o dinheiro adiantado? Eu pago neste momento – Não senhor, ainda é cedo quando terminar o invento é que eu digo o preço quanto custa o pagamento. 52 O grande artista Edmundo Desenhou nova invenção Fazendo um aeroplano De pequena dimensão Fabricado de alumínio Com importante armação. 54 Tinha cauda como leque As asas como pavão Pescoço, cabeça e bico Lavanca, chave e botão Voava igualmente ao vento Para qualquer direção. 56 – Eu fiz o aeroplano da forma de um pavão que arma e se desarma comprimindo em um botão e carrega doze arroba três léguas acima do chão. 58 O pavão de asas abertas Partiu com velocidade Coroando todo o espaço Muito acima da cidade Como era meia noite Voaram mesmo à vontade. 60 Perguntou Evangelista: – Quanto custa o seu invento? – Dê me cem contos de réis acha caro o pagamento o rapaz lhe respondeu: Acho pouco dou duzentos. 62 Então disse o jovem turco: – Muito obrigado fiquei do pavão e dos presentes para lutar me armei amanhã a meia-noite com Creuza conversarei. 64 Evangelista em silêncio Cinco telhas arredou Um buraco de dois palmos Caibros e ripas serrou E pendurado numa corda Por ela escorregou. 66 A donzela estremeceu Acordou no mesmo instante E viu um rapaz estranho De rosto muito elegante Que sorria para ela Com um olhar fascinante. 68 O rapaz lhe disse: – Moça Entre nós não há perigo Estou pronto a defendê-la Como um verdadeiro amigo Venho é saber da senhora Se quer casar-se comigo. 70 O jovem puxou o lenço Ao nariz da moça encostou Deu uma vertigem na moça De repente desmaiou E ele subiu na corda Chegando em cima tirou. 72 O conde acordou aflito Quando ouviu essa zuada Entrou no quarto da filha Desembainhou a espada Encontrou-a sem sentido Dez minutos desmaiada. |