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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Dislalia ou Gaguez

Dislalia ou Gaguez



É uma perturbação da fala caracterizada por hesitação repetitiva, e demora na emissão das palavras ou pelo prolongamento anormal dos sons. A gaguez começa geralmente na infância em 90% dos casos antes dos 8 anos. Afecta entre 1 a 3% da população adulta. Cerca de metade das crianças em que a gaguez persiste até aos 5 anos (pode começar entre os 2 e 4 anos), continuam a gaguejar quando adultos.

Curiosamente o problema é mais comum, nos rapazes, gémeos e canhotos. Em 70% dos canhotos é o hemisfério esquerdo que controla a linguagem como se processa em todos os dextros. Mas em 15% dos canhotos é a metade direita do cérebro que controla a fala. Nos restantes 15% ela é controlada por ambos os hemisférios. De fácil análise pelo exposto que é o sexo masculino, o especialmente afectado. Parece que meses antes do nascimento o aumento dos níveis da hormona masculina – a testosterona – afecta a acção de certos produtos químicos no cérebro do feto masculino, portanto níveis elevados de testosterona no feto masculino podem ser factor determinante da maior frequência de canhotos, desléxicos e gagos, que no sexo feminino. Consequentemente muitos investigadores concluem que a gaguez se deve a uma forma subtil de lesão cerebral. Outros investigadores consideram-na como um problema primordialmente psicológico: a uma percentagem que abrange os 80 a 90%.

É também vulgar a gaguez fazer parte de crianças, filhos de gagos ou de grande convívio com pessoas com essa perturbação na fala. Por imitação assimilam essa característica. Corrigir em críticas negativas, uma criança que gagueja pode produzir mais tarde o sintoma neurótico da gaguez involuntária e dolorosa. O castigo, o troçar, o ralhar só pode contribuir para reforçar a sua insegurança: gagueja então com medo de gaguejar. Há portanto várias causas possíveis para a dislalia ou gaguez, além de algumas já mencionadas, há a considerar também um choque emocional ou uma experiência traumática negativa na infância; atrasos nos processos cerebrais de entendimento do que foi ouvido; desenvolvimento lento da coordenação da língua, palato e lábios. A psicanalista Nicole Fabre afirma que a gaguez é mais do que tudo "um sintoma que traduz um conflito intrapsíquico, o qual sem ser exprimido fica no fundo da garganta com as palavras que não conseguem sair". Esta psicanalista vê nesta perturbação da fala a expressão dum problema inconsciente e recalcado.

Outros males se podem associar à dislalia: crispação (ao nível dos lábios, da língua, da laringe e até do peito), palidez, transpiração excessiva, rubor intenso, tremores e muitas vezes tiques. Todos eles devem ser tratados o mais rapidamente possível, dado que a criança tem mais possibilidades de se curar que o adolescente ou adulto. A criança gaga possui geralmente uma inteligência normal, mas é acima de tudo um ser hiper-emotivo. Perturbado muitas vezes por uma imaturidade afectiva manifesta-se muito dependente da mãe. Revela-se instável, turbulento, irritável ou ainda fechado sobre si mesmo sem confiança nas suas possibilidades. É sempre um ser ansioso e manifesta por vezes a sua ansiedade por explosões de choros ou risos injustificados e distúrbios somáticos: sono perturbado, enurese (urinar na cama até uma idade de 2ª infância e mais), onicofagia (roer as unhas desenfreadamente) e pode continuar a chuchar no polegar depois dos cinco anos. Qualquer tensão aumenta a sua gaguez.

É curioso saber-se que Jean-Jacques Rousseau, Clemenceau, Louis Jouvet, eram gagos todos estes homens ilustres. Também Demóstenes, o maior orador ateniense, o qual para corrigir a sua gaguez, declamava longas tiradas com a boca cheia de pedrinhas e discursava diante das ondas do mar para se habituar ao barulho das multidões. Eis porque a psicanalista Nicole Fabre escreveu um livro intitulado "Des cailloux plein la bouche". Resultam temporariamente estes primitivos tratamentos, mas era o que se conhecia na época.

Todo o indivíduo vítima deste complexo distúrbio da fala – a gaguez – qualquer tensão aumenta a sua extrema dificuldade em falar, ao contrário da agressividade que exerce sobre ele por vezes um efeito benéfico.

Desde que se exprima sem constrangimento, as perturbações diminuem e até mesmo desaparecem. Quando uma criança que gagueja brinca ou joga sem bloqueios, ou fala com um animal de estimação livremente raramente gagueja. Isolados os gagos não têm problemas, ou também raramente ocorrem, quando cantam ou durante uma leitura em coro, possivelmente porque têm menos comunicação. Estas perturbações da fala só podem ser tratadas em escolas especializadas com métodos especializados extraídos da psicologia comportamental (behaviorismo) e da psicologia das profundidades. Aplicar também a terapia da fala, o canto, e representações teatrais, se o doente estiver vocacionado, são terapias de alto valor curativo e de libertação de tensões a todos os níveis. A gaguez também pode ser tratada, com óptimos resultados pela prática de exercícios respiratórios, orientados por um terapeuta, utilizando uma respiração lenta e relaxada. Utilizar também treinos respiratórios lentos e controlados combinados com movimentos coordenados. Por exemplo: sente-se bem direito numa cadeira, ou mesmo em pé, e levante os braços ao inspirar. Mantenha o ar enquanto estende os braços para cima e expire lentamente ao mesmo tempo que baixa os braços. Faça o exercício pelo menos 3 vezes e depois experimente falar. E muitos mais poderia ensinar.

Tanto a dislalia ou gaguez como a pseudolalia (mentir só por mentir, como um vício, ou um hábito) são resultados de traumas de infância e de profunda e dolorosa insegurança emocional.

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